Livro de cabeçeira, já o li em todas as línguas (as que conheço, claro). Vezes sem conta. Porquê? Porque “dá razões” para viver utilizando não um qualquer método, nas aquele que está mais “à mão”: o sentido religioso.
O autor não parte de uma religião, mas sim daquilo que permite ao homem procurar seriamente a que lhe corresponde em plenitude; a que nada deixa de lado. Ou seja, cada ser humano nasce munido de um conjunto de exigências e evidências (de justiça, de verdade, de felicidade, de amor), e é com elas que “sai” para o mundo e confronta “o que lhe acontece” com essa “natureza” ou “coração”. Adoptar outro critério é pura alienação, é deixar-se pensar pelos outros. Para o autor não há nada de pior do que viver de uma resposta sem que alguma vez se tenha feito a pergunta.
Trata-se de um Percurso (outros livros se seguem) que não é difícil mas exige trabalho. Como costumo dizer, para mim difícil é dançar em pontas ou fazer o pino. Este caminho proposto pelo teólogo italiano, fundador do Movimento Comunhão e Libertação, não é díficil mas é exigente. É um apelo à inteligência, na disciplina d0 apuramento dos critérios, do “conhece-te a ti mesmo”. Trata-se de um trabalho pessoal, de uma ascese, de um “começar a julgar”. De uma libertação, de se chamar, e chamar cada coisa pelo nome. Levando ao fundo as perguntas sobre o sentido da vida, mergulha-se num oceano de conversão, isto é, de “mudança” do coração.